28 de jul. de 2018

Saber

Não sei mais,
não quero saber.
O saber me pesa,
me franze a testa.
Me endurece a pélvis.
Não quero esforço, no osso,
no fosso da minha matéria.

Quero o céu

f
 u 
  n
   d
    o

                 do nada.


Quero o crédito
de estar viva
e só viver.

Segundo a centelha de chama
que clama e inflama
perto do deus,
perto da lama.

No tempo minguante de 
ninguém
aqui ninguém
espera mais
aqui ninguém espera tais
mentiras
que
soooooaam,
soam,
soam,
sou.
Por isso 
para cada nota breve 
do tempo todo
me vou,
vou, vou, vou
vôo.

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