17 de dez. de 2008

Ouvi a árvore me chamar.
Fui até lá.
Correndo contra buzinas e rodas engessadas.

Estou à margem.

Passos largos,
a árvore é chama.

Ondas radiofônicas
É leão do norte.
É passagem estética.

E nisso, chuva fina dá graça ao lá fora.

Li João Paulo.
É preciso santos que bebam coca-cola.

(Os ideais dificultam o dia).

Desce a negra do morro,
trás notícias sem dados lá do alto.

Registros da rua, catados no ar.

A polícia aterroriza.

E tem jaca no meio da estrada
- quem se importa

A jaca pedindo final digno
- quem a vê?

Comida gratuita...
(A história esqueceu essa possibilidade).

A moça pára o carro,
desce sorrindo,
leva a jaca pra casa.

Estou de fora
Garimpo miragens...
A cidade me serve.

15 de dez. de 2008

Papo modesto

Não estou para desabafos impensados,
floreados de interjeições teatrais.
Nem vim aqui contemporizar opinião,
deixando no meu pensamento
reticências às preferências alheias

Desejo o verso simples, assertivo.
Eloquência de um ponto final.
Verdade que descansa quem o disse,
e só assim o abre a ser ouvinte.