28 de mai. de 2008

Suave, suave
Delicadeza.

Muito esforço?
larga.
Muito pensar?
tenta mudar.

Se julgas de ti não gostarem,
por que não pensar
que o sentimento é mútuo?

Facilita,
desliga
desilude
liberta

pra fluir

e ficar com aquilo que acalma.

Nunca o que maltrata

8 de mai. de 2008

("Mas já!?")

...não disse...

Preferiu tecer comentário fútil sobre seus cabelos.

E do momento retirou só e tanto
alguns beijos no rosto,
um pouco do seu peso
e uma mão leve sobre a lateral da sua perna.

(Ah, em poucos dedos caberiam outros momentos sinceros como esse!)

Deitada no puff
Ficou muda
querendo que ele voltasse,
que o tempo parasse.

(E se gritasse?

Mas talvez a ansiedade se instalasse
e a beleza evaporasse...

"can get no satisfection?" )

Ficou surda,
um pouco puta...

(A TV não aprovaria essa atitude:
beija sapo, beija bafo, beija qualquer coisa, mas beija, beija, beija,
mesmo que no fundo não esteja inteira,
que não seja bem da sua maneira.)

Mas os versos vindo do alto dos prédios,
lhe restaram como remédio impresso.

E repetiu como mantra aflito e sincero:

(Nessa vida nada de bom vem com a pressa,
foda-se essa guerra!)

(...bem que ele podia voltar,
nem que fosse para emudecer ainda mais o momento
olhar a paisagem,
sentir o sensível,
ouvir o respiro,
tocando de leve a pele,
bem aos poucos,
com tal e qual naturalidade,
que esqueceria
certo e errados,
antes e depois.

E se viesse um beijo - se viesse...
nem haveria pensamento de beleza
só restaria o beijo,
inteiramente deles,
sem nem desejo de outros,
só o percurso leve do rio infinito daquele.)