28 de jul. de 2018

Das cavernas de mim

Dancei, girei, brilhei.
Os olhos cruzaram.
Faisca leve passou.

Depois olhos quase nos olhos.
Papo de ocasião
E uma bacia de água entre nós.
Lá fora um foco de fogo.
Aqui o silêncio das águas.
Corremos para apagar
Ou alimentamos o incêndio que brota nesse vão?

Corte.
Fui.
Me seguiu.
Quase me usou.
Mas nessa vida turista não sou.

O calo pisou.
Segurei.
Aprofundei
Mergulhei.
Poetizei.

Cedi.
Com fome e ansia te vi.
Com alegria e leveza beijei.
Calada da noite, gemi.

Entre ecos que vinham das cavernas 
profundas de mim, me olhou.
Com os labios a minha pele secreta rasgou.

Virei rio e hoje sou seu amor.

Nenhum comentário: