Outro poema antigo, esse feito para aula do João Moreira Salles em 2004. É sobre um filme/ Globo Repórter chamado Retrato de Classe. Era vésperas de me formar e eu estava cheia de perguntas na cabeça e muita vontade explodindo no peito...
Um Retrato Retocado
Falaram-me que o tempo passa
- invisível.
Vi que as pessoas se matam
- e continuam vivas.
Ouvi que os casamentos afogam
- e matam de sede.
E que os pais amarram os filhos
para que não voem.
Chorei por que tive medo
Por que tive certeza
Que é isso que querem que eu faça.
Sorri por que me lembrei que não!
Não é isso que eu quero que eu faça.
Não quero boiar
como a sementinha jogada no rio.
Nem me acabar na terra rachada e seca.
Quero brotar.
Disso um Retrato de Classe me fez lembrar...
Mas o meu retrato ainda quer ser diferente deste.
(No conteúdo e tanto na forma)
No conteúdo quer ser livre,
Não contrato.
Na forma quer ser poesia,
ponto de vista,
papel assinado embaixo.
Não discurso escondido,
sem nome,
absoluto - como um documento.
Mas minha vida de classe também quer ser igual ao Retrato.
(No conteúdo e tanto na forma)
No conteúdo também quer ser humano, demasiadamente humano.
Na forma, revolucionário, rompante
- como uma arte.
14 de ago. de 2008
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3 comentários:
os girassóis, eles próprios buscam o sol
e são lindos.
deixei um recado dias atrás, seu blog é de lua....rs
disse que os girassóis buscam o sol onde ele estiver, é lindo.
demais manuzitA. formal e sentimental. bj meu
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