Me desculpem
estranhos,
Mas beleza é fundamental.
Não importa a grana
Criatividade me encanta.
E se tiver que me pedir um cheiro,
peça no canto.
No quarto dele, dependurados
ventos se viam ouviam ao longo.
Na gaveta um lenço,
na boca um verso,
o coração espeta
e na sua mão eu me perdia.
Eu não era.
Sentia o ar
denso.
Ardência.
Acende um incenso.
Acende outra vela
Apaga essa luz
E me conta disperso
uma história de amor.
Outro dia fui no alto.
Vi um negro dando a volta na encosta.
O sol na pele, um cão sem cela.
Vi um olhar no fim do meio.
Te abracei e te ouvi.
Ouvi no peito.
Sentei na pedra
Fui pra longe
E fiquei sem espera.
Não sei o que sei.
Sabe o que falou?
Nada, nada sei.
Já pensou em falar
a língua do louco?
Ou o verbo infame das prostitutas
do antro de paz e de sonho?
Sorri, e vem aqui.
O que é o que é:
vida?
Qual é a pergunta que nunca se fez?
Tropecei.
Foi algo que falei?
Olhei e era 11 e trinta e três.
E com a resposta você já sumia.
Eu te entendo, amado da vez.
Você disse que numa hora saia,
Se despedia da ilha
E numa nave partia.
.........
E lá fora,
amiguinho,
como anda você lá fora de você?
Queria saber, mas não pago pra ver o que não gosto.
Prefiro o que já foi.
O fim do filme subiu...
A luz havia sido forte,
O grito ainda estancado
E eu por dentro arfava.
E esse,
É esse,
É isso!
Um clarão aberto
Uma lacuna velha.
Mas bela, bela,
Terei tudo quanto quero.
E você carne invisível ainda?
Alma perdida e minha,
Você que é igual a mina
que todo dia se saculeja em mim.
Você já vem, não vem?
Vem já,
Vem cá
Cá já...
Porque aqui o não, não há.
Porque meu céu é um furacão.
Só não demora,
Não me consolo,
Sem seu colo.
21 de jan. de 2008
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