17 de dez. de 2008

Ouvi a árvore me chamar.
Fui até lá.
Correndo contra buzinas e rodas engessadas.

Estou à margem.

Passos largos,
a árvore é chama.

Ondas radiofônicas
É leão do norte.
É passagem estética.

E nisso, chuva fina dá graça ao lá fora.

Li João Paulo.
É preciso santos que bebam coca-cola.

(Os ideais dificultam o dia).

Desce a negra do morro,
trás notícias sem dados lá do alto.

Registros da rua, catados no ar.

A polícia aterroriza.

E tem jaca no meio da estrada
- quem se importa

A jaca pedindo final digno
- quem a vê?

Comida gratuita...
(A história esqueceu essa possibilidade).

A moça pára o carro,
desce sorrindo,
leva a jaca pra casa.

Estou de fora
Garimpo miragens...
A cidade me serve.

2 comentários:

Luisa Coser disse...

a cidade um deserto moléculas o que precisa se agregar se grudar e desgrudar, calor e chuva... e uma sombra de árvore. assombros suspiros desejos. sem vírgulas mas com espaços largos ritmados. rua finura. bons noves...Lu

Bruno Cave disse...

Amei o poema, amiga. Tão Brasil!! beijo